Que saudades que eu tinha de escrever aqui....
Já não escrevo à meses e lamento imenso por isso. Tenho andado sem uma ponta de inspiração e paciência para escrever. Peço imensa desculpa a todos. Não pretendo acabar com a fic, mas não irei escrever regularmente.
Mais uma vez peço desculpa a todos os que lêem a minha fic e espero não ter perdido o jeito.
Edward,
Alice e Renesmee saíram de manhã para caçar, e só voltarão à noite. Eles
quiseram aproveitar para caçar antes de…
Estava
farta de pensar neste assunto e não ter certezas nenhumas. Resolvi ir falar com
o Carlisle. Talvez ele me pudesse esclarecer algumas coisas.
Fui
ter com ele à biblioteca. Dei duas pancadas leves na porta e entrei.
Carlisle
estava sentado por detrás da grande secretária de madeira maciça, sentado na
confortável poltrona, com os olhos postos na meia dúzia de livros abertos,
dispostos em cima da secretária. Mal entrei, Carlisle virou a sua atenção para
mim.
-
Desculpe incomodar, Carlisle. Preciso mesmo de falar consigo sobre a Renesmee,
se puder ser.
Carlisle
indicou-me a cadeira à sua frente, para eu me sentar, tal qual um médico faz.
Assim o fiz, e acomodei-me na espaçosa cadeira, cuidadosamente forrada a tecido
grosso e antigo.
-
Não incomodas nada, querida. De facto, estava a trabalhar nisso. – Carlisle fez
uma pausa e olhou de relance para os livros abertos. Aqueles livros seriam
sobre o quê? Será que tinham a ver com a minha pequenina? Pelos vistos sim… - Como
sabes, não há muita informação sobre a espécie da Renesmee, os híbridos. A
maior parte de nós nem sabe da sua existência. E isso dificulta um pouco o meu
trabalho, como deves calcular. Com a ajuda de algumas análises que já tinha
feito a Renesmee, consegui perceber que, para já, ela é cerca de 60% humana,
por isso tenho que ter muito cuidado com as doses que lhe vou dar. É isso tenho
andado a tentar perceber. Se fosse inteiramente humana, uma dose bastava, e se
fosse totalmente vampira, duas ou três seriam ideais. E é isto que me tem dado
a volta à cabeça. – Carlisle tanto falava animado, como desiludido. Desiludido
consigo mesmo por não conseguir chegar a uma solução.
-
Mas, então, e se lhe desse uma dose e meia? – perguntei.
-
Não é assim tão literal, Bella. – Carlisle sorria com a minha cara de
desiludida. – O problema é o seu lado humano. Como é que eu hei-de explicar
isto… - Carlisle estava agora de pé, a andar de um lado para o outro, a
debater-se com as palavras. – Se eu lhe desse só uma dose, seria demasiado
pouco, e o efeito seria temporário. – Carlisle encostou-se à secretária ao meu
lado, e continuou a explicar-me. – Nós queremos que o efeito seja permanente,
por isso tínhamos que aumentar a dose. O problema é que eu não posso dar as
certezas que o seu lado humano aguente. O seu lado humano pode apenas aguentar
uma dose, mas o seu lado vampírico necessita de duas doses, percebes?
-
E o que é que aconteceria se lhe dessemos duas doses e o seu lado vampírico não
aguentasse? – perguntei a medo.
-
Não sei, Bella, não sei. Mas não estou disposto a experimentar. Se eu ao menos
conseguisse…. segurar, acho que posso dizer assim, o seu lado humano, de modo a
que este só recebesse uma dose… Mas é impossível. Estão os dois no mesmo corpo…
Refleti
um pouco sobre as palavras de Carlisle, e…
-
Carlisle, os vampiros sofrem o efeito da morfina?
-
Não, penso que não. Porquê? – perguntou curioso.
-
Bem, acho que tenho uma teoria… - ainda não tinha acabado o meu raciocínio, mas
estava quase lá. – Durante a minha transformação, eu não me mexi nem gritei, e
vocês disseram que a morfina me tinha posto inconsciente durante a maior parte
da transformação. Pois, não foi bem assim…
-
Bella, não estou a perceber.
Conseguia
ver o esforço que Carlisle estava a fazer para tentar perceber onde eu queria
chagar. Resolvi explicar de uma vez.
-
Eu não estava anestesiada durante a transformação. Eu senti tudo. Todas as
memórias que vocês tinham da vossa transformação e me contaram, eu agora também
as tenho. Tudo o que vocês sentiram, eu também senti. Nunca contei isto a
ninguém, principalmente ao Edward. Não quero que ele pense que sofri. É melhor
ele não saber.
-
Claro, claro. Não fazia ideia… - Carlisle ainda estava estupefacto com as
minhas palavras.
-
Eu acho que isto pode ajudar com a Renesmee. Eu estava a sentir tudo, mas não
me conseguia mexer. Era como se o meu corpo estivesse paralisado, o que penso
que foi provocado pela grande dose de morfina. Nessa altura o meu corpo era
humano, ou caso contrário conseguia move-lo. Ou seja, a morfina conseguiu
paralisar a minha parte humana, mas não a vampírica, ou a que estava a ser transformada.
-
Percebo onde queres chegar. É, de facto, uma teoria interessante, e talvez
possa ajudar. Se a morfina segurar o lado humano dela, apenas com uma dose, eu
podia conseguir administrar mais uma dose no seu lado vampírico. – Carlisle já
começara a rabiscar a uma velocidade louca, nos seus blocos. – Vou trabalhar
nisto e espero já ter uma resposta ao fim do dia. – Carlisle tirou os olhos dos
papéis para me olhar nos olhos – Lamento o que aconteceu, mas acredita que
ajudou imenso, Bella. – E voltou aos seus apontamentos.
Era
bom sentir que tinha ajudado nalguma coisa. Pelo menos contribui com alguma da
minha experiência. Ao menos isso. Já não me sentia inútil nem desnecessária, e
era bom saber que estava a ajudar a minha filha. Saí da biblioteca, fazendo o
menos barulho possível, para não distrair Carlisle.
E
agora o que é que eu ia fazer? Precisava de ocupar a cabeça com alguma coisa,
ou ia dar em doida. Não me apetece estar com ninguém, muito menos falar com
alguém.
Peguei
na minha carteira, nas chaves de um dos carros, que nem vi qual era, e saí
estrada fora, sempre com o pé no acelerador.