quarta-feira, 28 de março de 2012

Capítulo 24 “A minha cabeça sempre trabalha”


Que saudades que eu tinha de escrever aqui....
Já não escrevo à meses e lamento imenso por isso. Tenho andado sem uma ponta de inspiração e paciência para escrever. Peço imensa desculpa a todos. Não pretendo acabar com a fic, mas não irei escrever regularmente.
Mais uma vez peço desculpa a todos os que lêem a minha fic e espero não ter perdido o jeito.


Edward, Alice e Renesmee saíram de manhã para caçar, e só voltarão à noite. Eles quiseram aproveitar para caçar antes de…
Estava farta de pensar neste assunto e não ter certezas nenhumas. Resolvi ir falar com o Carlisle. Talvez ele me pudesse esclarecer algumas coisas.
Fui ter com ele à biblioteca. Dei duas pancadas leves na porta e entrei.
Carlisle estava sentado por detrás da grande secretária de madeira maciça, sentado na confortável poltrona, com os olhos postos na meia dúzia de livros abertos, dispostos em cima da secretária. Mal entrei, Carlisle virou a sua atenção para mim.
- Desculpe incomodar, Carlisle. Preciso mesmo de falar consigo sobre a Renesmee, se puder ser.
Carlisle indicou-me a cadeira à sua frente, para eu me sentar, tal qual um médico faz. Assim o fiz, e acomodei-me na espaçosa cadeira, cuidadosamente forrada a tecido grosso e antigo.
- Não incomodas nada, querida. De facto, estava a trabalhar nisso. – Carlisle fez uma pausa e olhou de relance para os livros abertos. Aqueles livros seriam sobre o quê? Será que tinham a ver com a minha pequenina? Pelos vistos sim… - Como sabes, não há muita informação sobre a espécie da Renesmee, os híbridos. A maior parte de nós nem sabe da sua existência. E isso dificulta um pouco o meu trabalho, como deves calcular. Com a ajuda de algumas análises que já tinha feito a Renesmee, consegui perceber que, para já, ela é cerca de 60% humana, por isso tenho que ter muito cuidado com as doses que lhe vou dar. É isso tenho andado a tentar perceber. Se fosse inteiramente humana, uma dose bastava, e se fosse totalmente vampira, duas ou três seriam ideais. E é isto que me tem dado a volta à cabeça. – Carlisle tanto falava animado, como desiludido. Desiludido consigo mesmo por não conseguir chegar a uma solução.
- Mas, então, e se lhe desse uma dose e meia? – perguntei.
- Não é assim tão literal, Bella. – Carlisle sorria com a minha cara de desiludida. – O problema é o seu lado humano. Como é que eu hei-de explicar isto… - Carlisle estava agora de pé, a andar de um lado para o outro, a debater-se com as palavras. – Se eu lhe desse só uma dose, seria demasiado pouco, e o efeito seria temporário. – Carlisle encostou-se à secretária ao meu lado, e continuou a explicar-me. – Nós queremos que o efeito seja permanente, por isso tínhamos que aumentar a dose. O problema é que eu não posso dar as certezas que o seu lado humano aguente. O seu lado humano pode apenas aguentar uma dose, mas o seu lado vampírico necessita de duas doses, percebes?
- E o que é que aconteceria se lhe dessemos duas doses e o seu lado vampírico não aguentasse? – perguntei a medo.
- Não sei, Bella, não sei. Mas não estou disposto a experimentar. Se eu ao menos conseguisse…. segurar, acho que posso dizer assim, o seu lado humano, de modo a que este só recebesse uma dose… Mas é impossível. Estão os dois no mesmo corpo…
Refleti um pouco sobre as palavras de Carlisle, e…
- Carlisle, os vampiros sofrem o efeito da morfina?
- Não, penso que não. Porquê? – perguntou curioso.
- Bem, acho que tenho uma teoria… - ainda não tinha acabado o meu raciocínio, mas estava quase lá. – Durante a minha transformação, eu não me mexi nem gritei, e vocês disseram que a morfina me tinha posto inconsciente durante a maior parte da transformação. Pois, não foi bem assim…
- Bella, não estou a perceber.
Conseguia ver o esforço que Carlisle estava a fazer para tentar perceber onde eu queria chagar. Resolvi explicar de uma vez.
- Eu não estava anestesiada durante a transformação. Eu senti tudo. Todas as memórias que vocês tinham da vossa transformação e me contaram, eu agora também as tenho. Tudo o que vocês sentiram, eu também senti. Nunca contei isto a ninguém, principalmente ao Edward. Não quero que ele pense que sofri. É melhor ele não saber.
- Claro, claro. Não fazia ideia… - Carlisle ainda estava estupefacto com as minhas palavras.
- Eu acho que isto pode ajudar com a Renesmee. Eu estava a sentir tudo, mas não me conseguia mexer. Era como se o meu corpo estivesse paralisado, o que penso que foi provocado pela grande dose de morfina. Nessa altura o meu corpo era humano, ou caso contrário conseguia move-lo. Ou seja, a morfina conseguiu paralisar a minha parte humana, mas não a vampírica, ou a que estava a ser transformada.
- Percebo onde queres chegar. É, de facto, uma teoria interessante, e talvez possa ajudar. Se a morfina segurar o lado humano dela, apenas com uma dose, eu podia conseguir administrar mais uma dose no seu lado vampírico. – Carlisle já começara a rabiscar a uma velocidade louca, nos seus blocos. – Vou trabalhar nisto e espero já ter uma resposta ao fim do dia. – Carlisle tirou os olhos dos papéis para me olhar nos olhos – Lamento o que aconteceu, mas acredita que ajudou imenso, Bella. – E voltou aos seus apontamentos.
Era bom sentir que tinha ajudado nalguma coisa. Pelo menos contribui com alguma da minha experiência. Ao menos isso. Já não me sentia inútil nem desnecessária, e era bom saber que estava a ajudar a minha filha. Saí da biblioteca, fazendo o menos barulho possível, para não distrair Carlisle.
E agora o que é que eu ia fazer? Precisava de ocupar a cabeça com alguma coisa, ou ia dar em doida. Não me apetece estar com ninguém, muito menos falar com alguém.
Peguei na minha carteira, nas chaves de um dos carros, que nem vi qual era, e saí estrada fora, sempre com o pé no acelerador.