Apenas
o meu subconsciente via a estrada. Eu não. Eu estava vazia. No meu mundo. Onde
tudo era perfeito. Onde eu não precisava de me preocupar.
Agora
percebo a loucura dos Cullen por carros velozes. É fantástico! Nunca tinha
conduzido assim na minha vida! Se não conduzisse a esta velocidade não tinha
piada nenhuma, mais valia ir a correr…
Desviei
a minha atenção da estrada para ver que horas eram. Peguei no telemóvel e vi
que já eram nove e meia da noite. Também tinha uma luzinha a piscar, a dizer
que tinha seis chamadas não atendidas.
‘Edward’
Este
nome surgiu imediatamente na minha cabeça.
Fiz
imediatamente imersão de marcha e carreguei forte no acelerador.
Há
horas que andava nisto e nem me apercebi do tempo passar. Apenas as manchas
verdes passavam por mim. Edward já devia estar de volta, assim como a minha
pequenina. E deviam estar preocupados. Afinal de contas saí e não disse para
onde ia, e não atendia o meu telemóvel…
‘Alice’
Ela
sabe que eu estou bem. Tenho a certeza que a esta hora já tranquilizou
Edward e o resto da família.
Respirei
fundo e diminui um pouco a pressão do meu pé no pedal, mas mesmo assim, não
baixei a velocidade abaixo dos 180 km/h.
Avistei
o pequeno caminho para casa passados cerca de 30 minutos. Tinha-me afastado
imenso sem dar por isso. Enveredei por ele e passados poucos minutos já
conseguia avistar a minha nova casa.
Nem
me dei ao trabalho de procurar a garagem. Tinha uma vaga ideia de já lá ter
estado, mas nem me dera por isso, e não estava com disposição para pensar. O
carro que ficasse aqui fora e ficava muito bem!
Saí
do carro e só agora é que olhei bem para o que tinha estado a conduzir, um Audi A5.
Era um carro caro, mas bastante conservador. Nada de exageros nem
extravagâncias, apesar de se perceber que era um carro novo no mercado.
Provavelmente pertencia a Carlisle, o único que se importava em não dar nas
vistas…
Entrei
pela porta principal com alguma urgência. No dia anterior tinha entrado por
esta mesma porta com a ânsia de ver a nova casa. Ainda tinha que me habituar a
chama-la de ‘minha casa’. Tudo estava igual, excepto que ontem não tinha a
família toda reunida na sala com os olhos postos em mim, mas sim atrás de mim
com a mesma excitação para ver a obra de arte de Alice e Esme.
Fechei
a aporta atrás de mim e pousei as chaves do carro no vestíbulo.
Edward
veio na minha direcção com um ar preocupado e cauteloso. – Estava preocupado
contigo. – disse ao meu ouvido.
Abracei-o.
– Sabias que eu estava bem. – disse desviando o meu olhar ligeiramente para
Alice, que me presenteou com o seu melhor sorriso de satisfação. Remexi-me nos
seus braços de maneira a ficar com a minha testa colada à dele. – Desculpa. –
Apesar de ele saber que eu estava ‘bem’, se é que isto se pode dizer, não devia
ter saído sem lhe ter dito nada.
Edward
rapidamente juntou os nossos lábios. Conseguia sentir a sua preocupação e
alívio pela maneira sôfrega que me beijava.
Fomos
interrompidos pela falsa tosse de Carlisle. Recompusemo-nos de imediato.
‘Carlisle’
será que…
Olhei
instantaneamente para ele a uma velocidade vampírica com a dúvida e a curiosidade
estampada no meu rosto, enquanto que Edward enrijecia ao meu lado, ainda com o
seu braço à volta da minha cintura.
-
Bella, estive a pensar naquilo que falamos e penso que funcionará. Aliás, tenho
quase a certeza.
-
Podias-me ter contado. – Edward fitava-me com uma cara triste e dura. Sabia
perfeitamente sobre o que ele estava a falar, a minha transformação.
-
Não queria que sofresses com isso. – tentei explicar-me.
Em
resposta, Edward voltou a juntar os nossos lábios, mas desta vez de uma maneira
mais suave, se é que beijar Edward alguma vez podia ser suave… Desta vez foi
ele a quebrar o nosso beijo.
-
Está tudo pronto. Só estávamos à espera que regressasses. Quando quiseres,
Bella. – informou Carlisle.
Todos
os Cullens estavam presentes na sala, porém nenhum deles tinha aberto a boca.
Pareciam estátuas, todos atentos à minha reacção. Provavelmente à espera que eu
tivesse outro colapso como quando tive quando estava com o Jacob… Não, não,
não! Não vou pensar mais sobre isto! Não vou!
Edward
percebeu que eu estava a ter um debate mental. Olhava-me com aquela cara de
quem quer saber o que estou a pensar e a implorar-me que retire o escudo.
Normalmente esta cara seria o suficiente para eu o retirar imediatamente, mas
não queria fazê-lo já. Não enquanto estava com dúvidas ou a pensar o quanto
isto podia correr mal.
Tentei
recompor-me antes de dizer alguma coisa, ou era provável que a minha voz saísse
um bocado esganiçada.
-
Muito bem – tentei parecer calma mas não sei se estava a resultar muito bem –
Então como é que vai ser?
Por
muito que me custasse, não ia voltar com a minha palavra atrás. Isto ia ser
feito e brevemente. Estava na hora. Não havia como adiar mais.
oh.. espero bem que não.
ResponderEliminarbeijinhos