Olá, olá! Peço imensas desculpas por não ter postado ontem, mas foi mesmo impossível! Então decidi postar hoje um capítulo um bocadinho maior. Quis fazer um bocado de suspense em relação a este capítulo, por isso é que ainda vai haver uma terceira parte ;) Espero que gostem!
Comentem e votem na sondagem (ainda só uma pessoa é que votou, o que me leva a pensar que se estão nas tintas). Mas pronto, não se esqueçam!
Boas leituras,
XOXO, Black Roses
O dia de hoje estava anormal em todos os sentidos: estava nublado e escuro (até aqui tudo normal) mas ao mesmo tempo conseguia-se ver o sol através das nuvens espessas que a qualquer momento ameaçavam começar a deitar água; o dia estava gelado, comparando-se ao clima de pleno inverno, quando já estávamos em Março; a posição do sol parecia que já eram cerca das quatro da tarde, quando eram apenas dez da manhã. Estava bastante confuso, tal como eu.
Não me tinha preparado para o que ia acontecer, talvez até mesmo ainda não me tivesse mentalizado de que nos íamos mudar. Quando me mudei para a cidade de Forks para viver com o meu pai, só queria que o tempo entediante e monótono que ia passar nesta terra passasse depressa. Queria que o secundário passasse depressa para puder ir para uma universidade perto da minha mãe. Pensava que ia detestar estar cá e só desejava puder sair daqui. Mas agora que o vou fazer, só quero puder ficar, nem que seja só mais uns tempos. Estes anos foram os melhores da minha vida. Descobri o que é amar, o que é ser amada, o que é ter uma família grande e unida, que o amor pelo meu pai sempre foi e sempre será muito forte, como é passar de adolescente a adulta em apenas alguns meses, como é sofrer com a perda de alguém, o que é um buraco no peito, como ficar doida e alterada, o que é amar duas pessoas tão distintas ao mesmo tempo, que o nosso grande amor consegue superar tudo e todos, como é sentir que magoamos tanto uma pessoa apenas por uma acção, uma escolha, como é puder contar com alguém sempre que quiser e sempre que precisar, como é casar, como é ter o amor da minha vida à minha espera, à espera de ficar meu para sempre e eu dele, o que é ser mãe, o que é o amor de uma filha por uma mãe… que os super heróis existem, que um mundo sobrenatural é melhor que o nosso, como é saber que o nosso próprio odor será a nossa morte, como é saber que querem ver-me morta e sugar o meu sangue, como é ter alguém a lutar pela minha vida, luta esta que não podia participar, o que é ter a certeza do que quero para o resto da minha vida, como é conviver com criaturas, que, até me tornar um deles, vou ser sempre um alvo, que existem mais seres sobrenaturais do que eu pensava, como é ir salvar o meu amor da morte pelas mãos das criaturas detestáveis, como é ter um bando de criaturas extremamente poderosas a trás de mim, como é casar-me com uma, como é engravidar de uma, como é ter uma filha que era metade como eu e metade como ele, como é tornar-me numa deles, como é lutar contra eles, como é ser ameaçada por eles, como é ter que fugir deles…
Estava tão confusa neste dia que, sem me aperceber, tinha retraído o meu escudo, pelo que Edward olhava para mim, por um lado satisfeito pela primeira parte, mas magoado com a segunda. Não tinha sido muito feliz com a minha escolha de palavras…
- Desculpa…. – estava arrependida de ter pensado naquilo, principalmente neste momento e com ele a ouvir. Que estúpida! Mesmo tendo o escudo para proteger os meus pensamentos, tinha que o deixar ouvir aquilo?! Que idiota!
- Não. Eu prefiro saber o que pensas na realidade, pelo menos uma vez. – notava-se que a sua voz estava magoada e triste.
Já estávamos na reserva com o carro parado em frente ao sítio onde normalmente eram as reuniões do conselho tribal. Esse era o ponto de encontro.
- O que eu pensei, não é o que eu realmente penso. Pus-lhe uma nota demasiado negra… E a partir de agora vou tentar estar sem escudo, está bem? Só tenho que tentar não perder a concentração…
- É normal que penses assim. Eu também penso… E também é normal quereres guardar os teus pensamentos para ti. São teus, e eu não tenho o direito de…
Beijei-o antes que ele continuasse a dizer palermices. Não queria arranjar mais confusões hoje. Já tinha a minha dose… E principalmente queria que estivesse tudo bem entre mim e Edward, pois ele seria o meu porto de abrigo hoje.
- Eu não quero que penses assim, estás ouvir? Foste a melhor coisa que me aconteceu – ouviu-se o suave ressonar da Renesmee no assento de trás. – talvez uma das duas melhores coisas que já me aconteceram. E se aquilo foi o preço a pagar para vos ter comigo, não foi nada comparado com o que devia ter sido. É demasiado baixo. – beijei-o novamente, desta vez um beijo mais breve. – E tudo o que é meu é teu, percebes-te! Prometo-te que a partir de agora vou-te deixar aceder aos meus pensamentos sempre que estiver minimamente controlada. Mas para isso não me podes descontrolar. – disse com um sorriso sedutor.
Edward colou os nossos lábios, começando por me beijar suavemente, pelo que eu intensifiquei o beijo. Ele reagiu de imediato começando-me a puxar mais para ele e a juntar as nossas línguas. Também eu entrelacei os meus dedos no seu cabelo para o puxar mais para mim. Estava completamente esquecida de onde estava, só pensava no Edward e tudo se resumia a ele… Edward acabou por quebrar o nosso beijo cedo demais, o que me fez relembrar quando ele fazia isso quando eu ainda era humana. Tal como fazia, soltei um suspiro de frustração. Ele riu-se de mim.
- Tu costumavas fazer isso antes… - disse entre risadas.
- Eu sei! Porque tu eras sempre um desmancha-prazeres e paravas sempre… - estava com cara de amuada e a fazer beicinho.
- Tu é que disseste para não te descontrolar…
- Foi só por causa disso…?
- Não! – agora ele gargalhava alto. – A Renesmee está a acordar e os lobos já chegaram. Achas que são motivos suficientes?! – ainda continuava a rir-se. A palavra lobos fez-me despertar. Acordei para a realidade. Lembrei-me novamente do que estava ali a fazer. Será que o Jacob já estava lá? – Não. Ele ainda não chegou. – respondeu-me o Edward. Também ele já estava com uma cara séria.
Olhei pelo retrovisor e vi a Renesmee a espreguiçar-se e a abrir os olhos.
Com a Renesmee acordada e todos à nossa espera, já não podíamos adiar mais o inevitável. Estávamos todos ali reunidos com um objectivo: dizer adeus.
- Vamos? – perguntei, falando para trás, onde a Renesmee ainda lutava contra as pálpebras que teimavam em fechar.
- Pronta? – Edward respondeu à minha pergunta com outra pergunta.
Em resposta, abri a porta do carro e fui atingida por um ar frio de inverno, que antigamente me fazia gelar até à espinha. Enchi os pulmões de ar gelado duas vezes seguidas, antes de abrir a porta a Renesmee. Esta saiu do carro com um salto e começou a tremer. Apressei-me a vestir-lhe o casaco quentinho e impermeável, o que a fez aconchegar-se nele. Edward também saiu do carro e foi à mala buscar os nossos dois casacos. Entregou-me o meu e vestiu o seu. Dei mão a Renesmee e Edward depositou a sua na minha cintura, e assim dirigimo-nos ao local programado.
Quando chegamos já se encontravam lá todos os Cullens e os lobos. Apenas faltavam Jacob, Charlie e Billy. Espera que não se demorassem muito…
Edward olhou para mim e respondeu-me ao ouvido:
- Descansa. Estão a chegar!
Mal nos viu, Alice, veio a correr ter connosco a uma velocidade desumana.
- Até não estás muito mal, Bella. – disse, olhando-me de alto a baixo. – E tu também não pequenina. – Pegou na Renesmee ao colo e deu-lhe um beijo na bochecha.
- Não me deste muitas alternativas, Alice…
- Eu sei! – guinchou ela. Estava animadíssima com a mudança. Para ela isto era sem dúvida uma das melhores coisas que já lhe aconteceram! Por ela, esta despedida seria em nossa casa, como uma festa gigantesca, cheia de música e prendas de despedida. Pus-lhe uns travões nesse ponto. Não queria uma festa a assinalar aquele momento triste. Nem pensar! Estava muito bem assim. Triste e melancólico.
Fomos falar com os lobos e com os Cullens, enquanto esperávamos pelos restantes. As conversas com a alcateia eram bastante monótonas e acanhadas. Eram sempre o mesmo: “Lamento que tenham que ir embora” “Nós também. Vai nos custar bastante, mas tem que ser.” “É para o bem de todos.”
O único que era um pouco mais animado era Seth. O Seth seria sempre o Seth. Animado e extrovertido. E talvez um pouco metediço. Apesar de hoje não estar nos seus melhores dias, foi a melhor pessoa com quem falei até agora.
Passados quinze minutos depois de termos chegado, chegou o meu pai, encolhido no seu casaco grosso, a empurrar a cadeira de rodas de Billy.
- Tens de começar a comer menos, Billy! – resmungava Charlie, enquanto arrastava a cadeira de rodas no piso de terra batida e irregular.
Quil e Jared apressaram-se a ir ajudá-lo. Levantaram a cadeira de rodas, um de cada lado, e trouxeram-no para a nossa beira.
- Podiam ter feito isso mais cedo… - disse Charlie admirado com a força daqueles dois.
- Avô! – Renesmee correu para os braços do meu pai, que a esperava de braços abertos.
- Olá, pequena! – Charlie deu-lhe um abraço apertado, enquanto eu me aproximava para o cumprimentar.
- Olá pai!
- Olá Bells. – este desenvencilhou-se dos braços de Renesmee e deu-me um abraço. Confesso que não estava à espera, mas soube bem, principalmente sabendo que ele já sabia a verdade sobre mim e sobre os outros que ali estavam.
Quando nos afastamos, Charlie estava um pouco constrangido, mas safou-se bem e foi cumprimentar o resto dos Cullens e dos Quileutes.
Comecei a apreciar o ambiente e as coisas que nos rodeavam. Estava tudo bastante parecido com o que me relembrava. Troncos grossos e velhos posicionados à volta de uma fogueira, que o Seth e a Leah estavam a tentar acender. Quer dizer, a Leah tentava acender e o Seth tentava estragar, enquanto a Leah lhe dava encontrões. Ia ter saudades daqueles dois a embirrarem um com o outro. Ia ter saudades de todos, que há alguns dias eram pura felicidade. Só de pensar que fomos nós que interferimos com isso….
Ouviu-se um uivo na floresta, forte e triste, a anunciar a sua chegada. Jacob tinha chegado. Ele tinha vindo! Um sorriso instantâneo apareceu na minha cara, tal como na de Renesmee.