sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Capítulo 21 “Ida”


Olá! Definitivamente prefiro escrever capítulos grandes! Mais uma vez atrasei-me na postagem de fic, mas agora a culpa foi do meu humor. Ontem não estava assim muito famosa... Mas já acabei, e já postei. Isso é que interessa. Espero que gostem, e digam o que acham!
XOXO, Black Roses


Os três carros dos Cullens formavam uma fila pela estrada fora, com o Volvo conduzido pelo Edward à frente, seguido pelo Mercedes conduzido pelo Carlisle, e o BMW conduzido pela Rosalie. Cada vez que Edward ultrapassava um carro, os outros dois faziam o mesmo, sem se aproximarem ou afastarem um milímetro do Volvo. Estava tudo coreografado. Apesar da velocidade que íamos, cerca de 190 ou 200 km/h, a viagem até Seattle ainda devia demorar mais ou menos uma hora.
Olhei pelo retrovisor, e vi Renesmee a olhar para o seu novo colar. Estava a admira-lo de todos os ângulos, a rodá-lo entre os dedos… O colar era realmente bonito, feito de uma pedra dura e fria, em forma de lobo, numa tonalidade de ferrugem. Jacob tem imenso jeito para trabalhos manuais, apesar de que este lhe deve ter levado uma eternidade. Renesmee prometeu-lhe que nunca o ia tirar, e no que dependesse de mim, assim seria, a menos que ela própria o quisesse tirar mais tarde. Isso já era com ela… Também eu ainda usava a minha pulseira. O meu presente de formatura com um lobo e um diamante, em que ambos simbolizavam os meus dois grandes amores.
Jacob… Será que ele vai cumprir a sua promessa, ou neste momento já anda atrás de nós? Sei que ia ser muito difícil para ele manter-se afastado, tal como para mim ia ser difícil tê-lo afastado… Apesar de tudo continuava a ser parte de mim. Continuava a amá-lo. Talvez não tanto como quando era humana, mas ainda o amava. E ele ainda me amava a mim… Mas agora tinha uma pessoa que o podia amar de volta, e com todo o seu coração, e nós tiramos-lhe essa pessoa. Não era justo! Claro que tínhamos que o fazer, ou caso contrário os Volturi tratavam do assunto, o que seria mil vezes pior, pois só iria sobreviver um, e eu sabia bem que era…
Comecei a pensar na minha conversa com o Jacob, principalmente no seu inesperado abraço. Mas acima de tudo pus-me a pensar na falsa esperança que lhe dei. E se não fosse assim tão descabida? E se um dia mais tarde a Renesmee se lembrasse dele, ou o encontrasse e quisesse ficar com ele? Nós não a podíamos impedir, certo? Seria a decisão dela. Nós apenas a podíamos aconselhar a não o fazer, nada mais. Se a decisão dela for ficar com ele e lutar, nós apenas temos que a apoiar. Ia ser difícil aceitarmos isso, mas tínhamos que o fazer…
Edward ainda não se tinha manifestado quanto aos meus pensamentos. Estava bastante calado, mas podia notar que estava concentrado neles. Também ele devia estar a assimilar a informação. Para além disso, ele também estava triste por ter que abandonar Forks. Apesar de ele já ter feito isto mais vezes, nunca um sítio foi tão importante para ele. Foi aqui que ele encontrou o amor. Foi aqui que ele encontrou o seu lado humano, já há um século perdido. Foi nesta cidade que ele viveu ao lado do seu amor durante três anos. Foi aqui que ele teve de lutar e matar alguns da sua espécie. Foi aqui que ele teve de lutar pelo amor de quem amava. Foi aqui que ele se casou pela primeira vez. Foi aqui que teve uma filha nos braços. Claro que tudo isto também me entristecia. Ter que deixar o nosso lugar mágico, o lugar onde fomos mais felizes que nunca…
Edward pegou na minha mão, que estava pousada sobre a minha perna, e beijou-a delicadamente. Parecia um cavalheiro a cumprimentar uma senhora no século passado…
- Vou ter saudades…
- Eu também… - disse virando a sua mão para cima, beijando-a também.
- No século passado não era assim. – ambos nos rimos do seu comentário.
Virei a cabeça para trás e vi já uma Renesmee adormecida. Ela hoje está sempre a dormir…
- Ela não dormiu grande coisa durante a noite. Estava bastante agitada com o dia de hoje…
- Eu sei. Mas depois não sei o que é que ela vai fazer no avião!
- O mesmo que nós! Tentar não atacar os humanos…
- Ela controla-se bem. E eu, digamos que tenho uma ajudinha…
- Tens sorte em ter essa habilidade, sabes? É bastante rara.
- Não me estava a referir à habilidade. Estava-me a referir a ti.
- Não te posso valer de muito…
- Claro que podes. Primeiro prendes-me à cadeira, e segundo beijas-me. Fico logo bem controlada!
- Se for assim tão eficaz é fácil! Mas tu não costumas ser uma pessoa fácil…
- Nem tu uma pessoa que desiste à primeira! – ele apenas sorriu em resposta.
O nosso diálogo ficou por ali. Como já não me podia distrair com a conversa com Edward, só me restava continuar a matutar no mesmo assunto.

(…)

Continuei a pensar nas saudades que ia ter daquilo tudo, da falta que me ia fazer, no Jacob, no meu pai, etc. até chegarmos ao aeroporto de Seattle.
Fomos arrumar os carros na garagem do aeroporto, onde já estava à espera o comprador dos carros. Entregamos-lhe as chaves, fomos buscar carrinhos para a bagagem, e subimos até ao piso térreo do aeroporto. Faltavam ainda duas horas para o embarque, mas como o check-in já estava aberto, resolvemos despachar já as malas. Não queríamos andar em grande grupo, pois daria muito nas vistas. Ficou combinado que nos encontraríamos todos na porta de embarque daqui a duas horas. Formamos grupos mais pequenos, e dispersamos. Alice e Rosalie queriam ir comprar lembranças. Tinham esperança de encontrarem alguma coisa que tivesse a ver com Forks. Carlisle e Edward iam ver se encontravam alguns livros para se entreterem na viajem. Edward queria ficar comigo, mas eu sabia que ele preferia ir com Carlisle, por isso insisti que ele fosse. Eu, Esme e Renesmee íamos à parte dos restaurantes para a Renesmee comer alguma coisa. Emmett e Jasper… preferia nem saber…
Apesar de não conhecer o aeroporto, não foi difícil descobrir onde eram os restaurantes. Era só seguir aquele cheiro enjoativo e demasiado doce… Havia bastante por onde escolher…
- O que é que te apetece comer, querida? – perguntou Esme, também ela a fazer alguns trejeitos subtis com o nariz.
- Hummm… Pode ser um hambúrguer? E depois podia comer um gelado? – Renesmee olhava para mim, com um olhar de súplica.
- Está bem, está bem. Aproveita agora, porque depois não vais comer estas porcarias! – parecia mesmo uma mãe embirrenta a falar. Não esperava ficar neste estado tão cedo… Há uns meses atrás também eu adorava “estas porcarias”. Tinha que ser mais benevolente com a minha filha. Mas hoje não. Hoje não estava nos meus dias, definitivamente.
- Boa! Obrigada, mamã! Vamos?
- Vai com a avó, querida. Eu vou… Vou arranjar uma mesa, está bem? – aquela fila de humanos… Era melhor manter-me afastada…
Renesmee acenou com a cabeça, agarrou-se ao braço de Esme e puxou-a até ao McDonald’s. Olhei à minha volta, e a uns cem metros estava uma mesa vazia e bastante isolada. Perfeito! Enquanto passava pelas mesas para chegar ao meu alvo, todos os olhares estavam posados em mim. Alguns estavam de boca aberta, a olhar fixamente, a assobiar, a mandar piropos, … Ainda bem que o Edward não estava comigo…
Cheguei finalmente à mesa, e sentei-me numa cadeira que ficava de costas para aqueles humanos parvos… A fila para os hambúrgueres ainda era bastante grande, por isso tinha que arranjar alguma coisa para fazer até elas chegarem. Não queria voltar ao mesmo e pôr-me a lamentar o que fiz… Mas não podia deixar de estar preocupada com o Jacob. Mas o que é que eu podia fazer? Não lhe podia ligar… Quer dizer, podia, mas ele não ia atender, e quando visse a chamada eu provavelmente estaria no avião, pelo que não poderia atender, e ele ia ficar preocupado e pensar que tinha sido alguma coisa com a Renesmee… Ai, que novela! Não podia ligar ao Jacob mas podia ligar a outra pessoa… Peguei no telemóvel e marquei o número.
“ Estou?”
“Olá. Seth. É a Bella.”
“Ah, Bella! Não estava há espera que ligasses. Está tudo bem?”
“ Sim. Está tudo bem! Eu liguei para saber do Jacob. Imagino que ele não esteja…”
“Não… Ele ainda não apareceu… Ele disse que queria ficar sozinho.”
“Claro. Compreendo perfeitamente… Achas que vai ficar… fora, muito tempo?”
“Não sei. Mas é provável que sim… Os pensamentos dele não andavam muito simpáticos…” – suspirei. Era normal ele odiar-me neste momento. – “Mas não era nada contra vocês!” – apressou-se a acrescentar. “Era com aquelas sanguessugas italianas!” – comecei a rir-me ao imaginar o que é que Jacob estaria a pensar sobre elas. Provavelmente verdades que lhes deviam ser ditas... “Devias de ter ouvido…!” – também Seth gargalhavam.
“Adorava! Mas agora a sério. Ele estava muito mal?” – perguntei a medo.
“Nada que ele não consiga ultrapassar… Vai ser difícil, mas ele há-de conseguir safar-se!”
“Espero que tenhas razão… Eu vou continuar a ligar para saber notícias.”
“Ainda bem! Também quero saber notícias vossas!”
“Eu prometo! Vê se cuidas do Jacob por mim…”
“Vou fazer os possíveis…”
“Está bem. Nós já estamos no aeroporto. Depois dou notícias. Adeus, Seth. E obrigada!”
“Claro. Sempre às ordens!”
Desliguei a chamada, e olhei para trás. Renesmee já vinha com o seu tabuleiro enorme, e com Esme atrás dela. Sentaram-se na mesa, e Renesmee devorou o seu hambúrguer e batatas fritas num instante. Quando ela acabou saímos da zona de refeições. Esme e eu já não aguentávamos aquele cheiro horroroso…
Estivemos a “passear” pelo aeroporto durante o resto do tempo. Ainda nos cruzámos com Alice e Rosalie duas vezes. Da primeira vez ambas traziam consigo um saco de compras, mas da segunda vez, cada uma já vinha com cinco ou seis! Só mesmo elas! O que é certo é que as duas horas passaram a correr. Sem darmos conta já estavam a chamar para o embarque, e nós estávamos do outro lado do aeroporto. Claro que a distância não seria problemas para nós, caso não tivéssemos milhares de humanos à nossa volta. Mas lá conseguimos chegar a tempo, não sei bem como. Fomos quase os últimos a embarcar!
Entramos no avião, e os restantes Cullens já estavam sentados. O avião era bastante grande, e estava quase cheio, o que não era propriamente bom… Sentei-me nas filas do meio, entre o Edward e a Alice, e Jasper estava ao lado desta. A Renesmee ia à janela ao lado de Rosalie, com Emmett atrás. Este estava à beira de uma senhora de idade, que lhe fazia umas caras… Estava bem acompanhado… Rosalie só se ria da cara dele! Do outro lado, também à janela, iam Esme e Carlisle.
- Compras-te muitos livros… - disse, ao remexer nos sacos que Edward tinha aos seus pés.
- Tinha que me entreter com alguma coisa…
- Obrigadinha! – ele começou-se a rir da minha exclamação.
‘Já não sou suficiente para te entreter?’
- Claro que és! A tua mente é deveras interessante… Mas tenho que me distrair de outras tentações. – disse olhando em volta.
- Ah! Posso ler um também?
- Claro! Comprei dois para ti, para o caso de quereres. Mas tenho uma coisa que te deve alegrar mais. – meteu a mão ao bolso, e estendeu-me o seu iPod. – Acho que não vou precisar dele. Comprei mais livros do que estava à espera…
- Obrigada! – peguei no leitor de músicas e comecei a ver que músicas é que ele tinha para ali… - E se vais ler, não queres esta distracção, certo? – disse apontando para a minha cabeça.
- Claro que quero. Nunca digo não a uma entrada livre à cabeça da Isabella Cullen! – começamo-nos a rir.
- Então agora andas sem escudo? – perguntou Alice, a meter-se na conversa.
- É! Estou a fazer os possíveis para me controlar!
- Que sorte maninho!
A boa disposição estava sem dúvida no ar, quando o avião descolou. Estávamos todos a mandar bocas uns aos outros, bastante baixas para os humanos ouvirem. As bocas, normalmente, destinavam-se ao Emmett. Coisas do género ‘A meio da viagem já tens a velha a babar-te em cima!’ e coisas assim…
Adeus Forks, casa grande, minha casinha, prado, recordações boas, pai, Jacob, lobos… Adeus!

4 comentários:

  1. :)
    Afinal a despedida não foi assim tão má!
    Quase que apostava que ainda vais meter o Jacob a limpar o sebo aos Volturi!
    Jinho

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  2. olá,

    Ei quero saber dos pensamentos do meu jake, quero saber o que ele pensou sobre as sangesugas italianas.
    AHAH, coitadito do Emmett, ainda é capaz de matar a velhota

    beijo

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  3. Olá Gabriela!Não me importava de o fazer, e tenho a certeza que o Jacob também não... É uma hipótese a considerar, sem dúvida. Quanto à despedida, pensei em por transformações, empurrões e rosnadelas à mistura, mas depois o que é que o Charlie ia pensar deles... Só se o pusesse a morrer de ataque cardíaco! Vamos com calma. Teremos pancadaria depois...
    Beijinhos

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  4. Olá Inês! Queria escrever um capítulo na pele do Jacob em breve... Mas não tenho a certeza... Talvez sim, acho que seria importante para a história ter um capítulo dedicado aos pensamentos do Jacob, e às suas frustrações (que incluem nomes feios às sanguessugas italianas, lol) Estou a pensar fazer isso...
    Achei que por isso do Emmett e da velhota ia aliviar um bocado o ambiente... Ficariam bem juntos. Ahaah
    Beijos

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