segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Capítulo 19 “Conversa difícil” Parte I


Olá! No outro capítulo tinha referido que talvez o próximo já contivesse as despedidas, mas mudei de ideias. Este capítulo também é bastante importante para ser omitido. Vou dividi-lo em duas partes para não ficar muito extenso, mas também porque ainda não o acabei de escrever :p Espero que gostem, e comentem.
XOXO, Black Roses


Era de noite, e eu estava sentada no sofá da sala da nossa casinha, enquanto Edward estava lá em cima a adormecer Renesmee. Conseguia ouvi-lo a cantar a sua canção de embalar, como muitas vezes me cantou quando eu era humana.
Tinha passado uma semana desde que falara com o Jacob pela última vez. Edward, sempre que eu lhe perguntava se sabia alguma coisa de Jacob ou se conseguia ouvi-lo, ele respondia-me sempre o mesmo, inúmeras vezes:
- Ele não está a pensar racionalmente. Está na forma de lobo, a vaguear pela floresta. Não tem rumo definido.
Sempre que ele me respondia isto, eu ficava preocupada e inquieta, e quando Edward percebia, também me dizia sempre a mesma coisa:
- Não te preocupes, Bella. Ele vai estar aqui. Tenho a certeza!
Esperava sinceramente que Jacob cumprisse com a sua palavra. Esperava que ele entendesse a importância que iria ter para mim, e sobretudo para Renesmee.
Tínhamos resolvido dizer-lhe parte da verdade. Que nos iríamos mudar. Apenas mentimos sobre o factor Jacob. Dissemos-lhe que este iria lá ter quando pudesse. Era melhor assim. Ao menos íamos ter uma despedida verdadeira dos nossos amigos, e sobretudo do meu pai. Este tinha entrado em choque quando lhe dissemos, à três dias atrás, que nos íamos mudar.

***Flashback***
         Hoje vamos “jantar” a casa do meu pai, e pela primeira vez não quero ir, não quero encara-lo. Estava nervosa e ansiosa. Sabia que chegara a altura de lhe contar que iríamos deixar a cidade de Forks em breve. Sabia que não iria ser fácil, por isso íamos só eu e Edward. Dissemos à Renesmee que íamos caçar durante a noite, e que ela iria ficar a dormir na casa grande.

A noite já estava cerrada e encoberta quando nos dirigíamos para casa do meu pai. Não se via nenhuma estrela, nem a lua. As únicas luzes que iluminavam a cidade eram os intermitentes candeeiros de rua, e os potentes faróis do Volvo de Edward. O tempo que estava ameaçava uma tempestade, por isso ninguém andava fora das suas seguras casas.

Tinha os punhos cerrados sobre as minhas pernas, o que reflectia o que reflectia o meu estado de nervosismo. Edward esfregava a minha mão e a minha perna à vez, numa tentativa de me acalmar, enquanto conduzia a uma velocidade demasiado grande para o tempo que estava. Ele próprio não estava muito sossegado, principalmente depois de a Alice ter visto que a reacção de Charlie não vai ser nada boa, e que ele vai pedir justificações. Ainda não sabíamos que explicação lhe íamos dar. Já tínhamos falado sobre isso, e ficou combinado que dizer-lhe-íamos o que ele quisesse ouvir.

 Chegamos a casa do meu pai demasiado rápido, o que me pôs pior. Edward veio-me abrir a porta do carro, e, juntos, dirigimo-nos ao alpendre. Fechei o punho e bati levemente à porta da minha antiga casa. À terceira batida, já um rosto familiar nos abria a porta, o que me levou a pensar que estaria de plantão à nossa espera. Tinha no rosto um sorriso sincero e aliviado, convidando-nos a entrar.

- Bem-vinda, Bells! – disse enquanto me abraçava. Nos últimos tempos, Charlie, tornara-se muito mais emotivo e carinhoso, como se pressentisse que o tempo comigo escasseava.

- Boa noite, Edward! – disse o meu pai, dando-lhe um aperto de mão. Com Edward era sempre mais formal, mas mesmo assim notava-se que até gostava dele. Já tinham passado as suas divergências a partir do meu casamento. Charlie percebeu finalmente que eu só era feliz ao lado de Edward, e que ele também só o era comigo. Era uma evidência que ninguém podia contestar. Já se tornara num facto inalterável.

 - E a minha neta? Não veio? – perguntou, espreitando por trás de Edward.

- Não, pai. Ela estava cansada. Queria deitar-se cedo. – custava-me mentir ao meu pai com tanta naturalidade.

Charlie deu-se por satisfeito com a minha explicação.

Como sempre, desculpamo-nos que não tínhamos fome. Charlie só o perguntava por hábito e por boa educação, pois já sabia qual seria a resposta. Por isso, ficamos a observa-lo a comer aquela comida odiosa, enquanto contava as suas mais recentes peripécias e novidades, e nos perguntava pelas nossas.

O serão foi passado entre gargalhadas e um ambiente descontraído. Já eram perto das dez da noite quando Charlie resolveu ir à casa de banho. Aproveitei a deixa para falar com Edward.

- Está na hora, não está? – perguntei a medo.

- Receio que sim… - Edward também estava cabisbaixo. Segurou-me as mãos entre as suas e beijou-as delicadamente.

Charlie apareceu vindo do andar de cima com um rosto bastante alegre.

- Sabes, Edward. Já que a tua família gosta tanto de fazer caminhadas, gostaria de ir na próxima. Não é que me esteja a fazer de convidado, mas ouvi dizer que vocês costumam ir para fora de Forks, e como eu só conheço esta floresta… Eu costumava caçar, até vos posso ensinar a apanhar alguns animais, se quiserem. Claro que seria só por diversão! – Estremeci ao ouvir tais palavras serem vociferadas por Charlie. Que ironia! Também senti Edward a ficar tenso ao meu lado, mas nos seus lábios estava desenhado um sorriso de divertimento.

- “Só por diversão…” – Edward falou tão baixo que só eu consegui ouvir.

- Pai, acho que isso não seria boa ideia. E também não acho que seja possível. – A expressão de Charlie tornou-se interrogativa.

- Então porquê? Eu sei que já sou um velhote, mas acho que ainda vos conseguia apanhar.

- Duvido. – sussurrei. Era melhor nem entrar por aí e ir directa ao assunto. – Pai, por que é que não te sentas? Precisávamos de falar contigo sobre um assunto… - Apontei para o cadeirão que estava em frente ao sofá onde me encontrava com o Edward.

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