terça-feira, 13 de setembro de 2011

Capítulo 16 “Conversa” Parte II


Olá! Muitos parabéns à Bella que faria hoje anos!
Espero que estejam a gostar da fic, e aqui está mais um capítulo. Este está um bocadinho grandinho... Mas espero que gostem, e comentem muito!
XOXO, Black Roses


         Normalmente estaria a remoer na minha cabeça como é que eu lhe ia dizer isto, fazendo o menor número de danos possível. Mas quem estava ali à minha frente à espera que eu falasse, não era uma pessoa normal, uma pessoa qualquer. Era o meu melhor amigo, o homem que um dia amei, um lobisomem com um temperamento bastante compulsivo, uma parte de mim, o homem que amava a minha filha. Ele não merecia que eu estivesse a pensar na melhor maneira de lhe dizer que dentro de pouco tempo a sua vida vai acabar, que lhe íamos tirar a coisa mais importante da sua vida. Não merecia… Tinha que lhe dizer tudo. Tudo o que eu sabia… Sabia que ele ia sofrer, mas sofria de uma maneira ou de outra…
         Resolvi fechar os olhos e dizer toda a informação que possuía por palavras. Sem interrupções, sem hesitações. Por tudo cá para fora.
         - Enquanto tu estavas a dormir e eu estava a adormecer a Renesmee, eles tiveram uma ideia que irá resolver o nosso problema com os Volturi. – Jacob preparava-se para intervir. Se me interrompesse agora, eu não iria conseguir dizer o resto. Iria perder a coragem. Levantei-lhe a mão e abri os olhos. - Não me interrompas! – ele assentiu com a cabeça, e engoliu o que ia dizer. - Como nós teremos que nos mudar em breve, iremos fazê-lo agora. Sabes que os humanos já começam a comentar o nosso aspecto físico. Já desviamos ter mais dois ou três anos do que aparentamos. E com o que os Volturi nos disseram, nós achamos que a melhor maneira de evitarmos o destino, é separar-vos. Eu sei que isto te vai custar imenso, mas também nos vai custar a todos nós. Eu sei que a tua situação vai ser mais complicada e…
         - Quando? – Jacob interrompeu-me sem emoção.
         - No final do mês. – não estava à espera de ser interrompida naquele momento. E se fosse, pensei que ia gritar comigo. – Não podíamos ficar aqui para sempre. Já sabias que isto ia acontecer mais cedo ou mais tarde.
         - Não dentro de uma semana! – Jacob levantou-se da cama e começou a andar de um lado para o outro. Esta cena, e a maneira como as palavras foram ditas, lembraram-me do Verão passado, quando estávamos na sua oficina, e eu lhe disse que ia ser transformada depois da minha formatura. A sua reacção neste momento era semelhante.
         - Jacob, não compliques mais as coisas, por favor…
- Não complico mais as coisas, Bella?! Tu concordas com esta “ideia”? – Jacob berrava. Fez aspas no ar quando disse a palavra ideia. Eu acenei uma vez. – Eu não acredito! – ele estava a tremer de fúria, de medo, de frustração. – Já pensas-te o quanto a Renesmee vai sofrer com a vossa ida? Ou isso não te importa? Não te importa que a tua própria filha sofra? Que raio de pais e família são vocês, que preferem que uma das vossas sofra, a lutar contra um raio de um grupinho de chupadores? Eu luto, Bella! Eu luto pela Renesmee! Eu luto até morrer… - queria interrompê-lo, mas não conseguia. Mesmo sabendo que tudo o que ele estava a dizer tinha solução, as palavras dele não deixaram de ter um peso enorme sobre mim. – Eu faço tudo, mas por favor… Por favor… Não a tirem de mim… - apesar da cara dura que Jacob mostrava, ele estava a chorar. – Sabes que eu não ia aguentar… Por favor, Bella…
Já não conseguia assistir mais àquela conversa. Estava-me a por doida! Eu não o podia fazer sofrer assim. Principalmente sabendo que há uma solução. Fui a correr ter com ele e abracei-o. Era a segunda vez que ele estava neste estado de esgotamento em tão pouco tempo. Eu tinha que o acalmar. Sabia que se a situação piorasse, talvez eu também não conseguisse aguentar. E aí, Edward iria intervir. Resolvi descansa-lo.
‘Eu estou bem. Não venhas. Eu vou tentar resolver as coisas. Se precisar eu chamo-te.’
Voltei a cobrir-me com o meu escudo. Tinha a certeza que Edward tinha ouvido. Agora restava-me cumprir com as minhas palavras. Mas antes, esperei que Jacob parasse de chorar. Seria mais fácil falar com ele, sem ter que ver as lágrimas a escorrerem pelo seu rosto. Contei mentalmente cinco minutos, até ele parar de soluçar. Quando parou, desfiz o abraço, e fiquei de frente a ele.
- Ainda não tinha acabado. – tentei arrancar dele um sorriso, mas o sorriso saiu com ironia. Ele estava à espera de mais alguma coisa má. - O problema que tu estavas a falar à bocado, eu também o coloquei quando soube do plano deles. Eu não quero que vocês sofram, Jacob. – agora já estava séria. Jacob estava com uma cara dura, mas pude distinguir uma ponta de curiosidade. – O Carlisle pensa que tem uma solução para isso não acontecer. Mas claro que haverá consequências. Há sempre consequências… E neste caso são bastante grandes… Não é que vos magoe ou vos faça mal. Não é nada disso! Mas acho que são suficiente grandes para tu não estares de acordo, por isso…
- Diz de uma vez, Bella! – Jacob interrompeu-me pondo-se de pé. Agora, sim, estava bastante curioso. Respirei fundo, e disse tudo de uma vez.
- O Carlisle pensa que uma amnésia induzida será a melhor opção.
- Não estou a perceber!
         - Fazer-vos esquecer de todo o passado. Vocês não irão sofrer por algo que não se lembram. Mas irão esquecer tudo. Essa é a consequência… - falava num tom baixo e culpado.
         - Deixa-me ver se percebi! – falava num tom duro e irónico. – A vossa solução é enfiarem-nos drogas, para que nós nos esqueçamos do resto do mundo, de todas as pessoas que amamos, de todos os momentos bons que passamos, de todos os sentimentos que tivemos, de todas as recordações que temos, de quem somos? Isso é a vossa solução? Bella, ela vai esquecer-se de ti! Tu queres isso? – tinha um tom incriminatório.
         - O que é que queres que eu faça, Jacob? – gritei exasperada. – Antes sofrermos nós, por ela não se lembrar de nós, do que sofrer ela, por se lembrar de como era mais feliz aqui! Eu prefiro isso, Jacob! E sinceramente acho que é a única solução! É que se tiveres uma melhor, fazes o favor de dizer? – ele baixou a cabeça e cerrou o maxilar. – Pois, bem me parecia! Pára de me criticar, quando estás a fazer pior! Se não tens nada de importante para dizeres, então fecha a boca! – estava farta da conversa do Jacob. Sempre a atirar-me com as culpas! Será que não tenho o direito de proteger a minha filha com as opções que me são dadas? – A Renesmee vai fazê-lo. Nada do que tu disseres me vai demover desta decisão. Quanto a ti, não te posso obrigar a escolher esta opção. Compreendo que tenhas mais a perder do que ela. Já viveste mais tempo, tens recordações que não queres perder, e eu entendo. Mas não me estejas a dizer como ser uma melhor mãe, estás ouvir? – Jacob tinha-se afastado mais de mim. – Compreendo que estejas a sofrer mais do que todos, mas isso não é desculpa para teres esta atitude irracional. Está na hora de cresceres e acarretares com as consequências da vida. Nada disto é nossa culpa, muito menos minha, por isso pára de descarregar em mim! – quando acabei de berrar com o Jacob, já sentia umas mão frias na minha cintura. Edward.
         À porta do quarto de Carlisle, estavam todos os Cullens, à excepção de Renesmee, a assistir à nossa discussão. Devia ter calculado que tinham ouvido os nossos berros. Também já não tinha nada mais para dizer ao Jacob. A nossa conversa estava terminada. Quando me dirigia para a porta, senti Edward a retirar as mãos da minha cintura. Ele chegou-se mais perto do Jacob.
         - Temos que falar! – disse com voz de superioridade.
       Já não ouvi mais nada. Corri porta fora em direcção à floresta. Precisava de respirar, depois da discussão com o Jacob. Senti alguém atrás de mim. Reconheci o odor imediatamente. Alice. Ainda bem que ela tinha vindo. Precisava de desabafar com a minha melhor amiga.   

3 comentários:

  1. Humm, hoje fiquei com a sentimento que tu não vais apagar a memória a ninguém.
    Estou aqui a fazer figas!!
    Jinho

    P.S. Eu ontem bem olhava para a data e achava que me fazia lembrar qualquer coisa!

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  2. Quando publicas o proximo?
    Adorei.
    Eles podiam continuar como amigos,
    hum taditos..

    beijo inês

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  3. Acabei agora de escrever e vou publicar. Espero que gostes!
    Beijinhos

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