Olá! Eu disse que os capítulos iam ficar um bocadinho mais intensos... Pois aqui está um deles! Ao escrever este capítulo eu própria chorei com as emoções que eles estariam a sentir. Espero ter conseguido passar essas emoções para vocês através da escrita. Espero que gostem! Comentem!!
XOXO, Black Roses
Quando regressei à sala, continuava a pairar nela um ambiente pesado e demasiado silencioso. Ninguém se tinha movido um milímetro. Continuavam com as caras abatidas, nervosas, tristes, preocupadas, sérias, pensativas, concentradas…
Enquanto descia as escadas que davam acesso à sala, um por um desviou o olhar na minha direcção, relaxando ligeiramente de seguida. Renesmee já não estava connosco, logo já não tinham que ter cuidado com o que faziam, com o que diziam, nem como reagiam.
Dirigi-me na direcção de Edward que me esperava de braços abertos. Pude agora reparar em Jacob, na sua expressão tanto corporal como facial. Tal como tinha pensado, estava com uma expressão dura e impenetrável. Mas logo que me viu deixou-se cair no chão sobre os joelhos, com uma cara de sofrimento atroz, de tristeza, de desespero… E pela primeira vez vi o meu melhor amigo a chorar. Mas a chorar muito, como se se fosse desfazer em mil pedaços no chão daquela sala cheia de estátuas que aos poucos ganhavam vida.
Fui a correr ter com ele e abracei-o. Agora eu era a Bella humana, a sua melhor amiga. Dei-lhe um abraço tão apertado, que talvez o estivesse a esmagar, mas não me importava. Queria a todo custo parar com o seu sofrimento, parar com os espasmos violentos que o seu corpo fazia involuntariamente. Queria tentar manter o seu corpo unido, mas sabia que era impossível. O seu coração já estava partido em pedaços tão pequeninos que não era possível voltar a juntá-los.
O meu corpo também começou a chorar. Mas o meu rosto não deitava lágrimas. Chorava pelo meu amigo, pelo seu sofrimento, mas também pela dor que ainda estava para vir. Essa sim seria devastadora e implacável. Tremíamos ambos ao mesmo ritmo, como se fossemos um só. Eu mantinha Jacob de joelhos, pois ele já não tinha forças para tal. Sentia-me a sua coluna vertebral. Sem mim ele já não estaria inteiro.
Eu era parte da vida dele e ele parte da minha, ambos sabíamos disso. Mas Renesmee É a sua vida! Nada podia substitui-la. Ambos também saíamos disso. Uma pessoa sem vida está morta. Ele ainda não estava sem vida, mas sabia que lha ia ser tirada brevemente. Este era ele a preparar-se para a morte da melhor maneira possível. Mas ele já estava a morrer lentamente… Nada nem ninguém o podia evitar. Nada nem ninguém o podia salvar da morte eminente e próxima. Nada nem ninguém o podia salvar da dor que ele estava a sentir previamente nem da dor que ele ia sentir depois. Nada nem ninguém o podia salvar!
Sentia todos os olhares postos no nosso sofrimento mútuo. Sabia que todos estavam a sofrer, não tal como o Jacob, pois o sofrimento dele é muito maior que o nosso todo junto, mas estavam a sofrer tal como eu. Principalmente Edward. Mas não o mostravam. Não tanto como nós. Ali podíamos ser considerados crianças. E como crianças que éramos, não sofríamos em silêncio tal como eles, mas sim, escorriam lágrimas pelos nossos rostos, tremíamos e soluçamos audivelmente e visivelmente. Não queríamos saber. As crianças são irresponsáveis e não medem as consequências dos seus actos, como por exemplo, preocupar e entristecer os outros. Não queríamos saber.
Naquele momento queria-me dividir em dois, para consular ambos. O meu melhor amigo e o amor da minha vida estavam a sofrer, e eu não podia consular nenhum deles porque eu própria também precisava de consolo. O que eu podia fazer era sofrer com eles, para eles não sofrerem sozinhos, nada mais. Era tudo o que eu podia fazer. Mas não era o suficiente, pois não?
Sem comentários:
Enviar um comentário