domingo, 4 de setembro de 2011

Capítulo 9 “Sofrimento mútuo”


Olá! Eu disse que os capítulos iam ficar um bocadinho mais intensos... Pois aqui está um deles! Ao escrever este capítulo eu própria chorei com as emoções que eles estariam a sentir. Espero ter conseguido passar essas emoções para vocês através da escrita. Espero que gostem! Comentem!!

XOXO, Black Roses


         Quando regressei à sala, continuava a pairar nela um ambiente pesado e demasiado silencioso. Ninguém se tinha movido um milímetro. Continuavam com as caras abatidas, nervosas, tristes, preocupadas, sérias, pensativas, concentradas…
Enquanto descia as escadas que davam acesso à sala, um por um desviou o olhar na minha direcção, relaxando ligeiramente de seguida. Renesmee já não estava connosco, logo já não tinham que ter cuidado com o que faziam, com o que diziam, nem como reagiam.
Dirigi-me na direcção de Edward que me esperava de braços abertos. Pude agora reparar em Jacob, na sua expressão tanto corporal como facial. Tal como tinha pensado, estava com uma expressão dura e impenetrável. Mas logo que me viu deixou-se cair no chão sobre os joelhos, com uma cara de sofrimento atroz, de tristeza, de desespero… E pela primeira vez vi o meu melhor amigo a chorar. Mas a chorar muito, como se se fosse desfazer em mil pedaços no chão daquela sala cheia de estátuas que aos poucos ganhavam vida.
Fui a correr ter com ele e abracei-o. Agora eu era a Bella humana, a sua melhor amiga. Dei-lhe um abraço tão apertado, que talvez o estivesse a esmagar, mas não me importava. Queria a todo custo parar com o seu sofrimento, parar com os espasmos violentos que o seu corpo fazia involuntariamente. Queria tentar manter o seu corpo unido, mas sabia que era impossível. O seu coração já estava partido em pedaços tão pequeninos que não era possível voltar a juntá-los.
O meu corpo também começou a chorar. Mas o meu rosto não deitava lágrimas. Chorava pelo meu amigo, pelo seu sofrimento, mas também pela dor que ainda estava para vir. Essa sim seria devastadora e implacável. Tremíamos ambos ao mesmo ritmo, como se fossemos um só. Eu mantinha Jacob de joelhos, pois ele já não tinha forças para tal. Sentia-me a sua coluna vertebral. Sem mim ele já não estaria inteiro.
Eu era parte da vida dele e ele parte da minha, ambos sabíamos disso. Mas Renesmee É a sua vida! Nada podia substitui-la. Ambos também saíamos disso. Uma pessoa sem vida está morta. Ele ainda não estava sem vida, mas sabia que lha ia ser tirada brevemente. Este era ele a preparar-se para a morte da melhor maneira possível. Mas ele já estava a morrer lentamente… Nada nem ninguém o podia evitar. Nada nem ninguém o podia salvar da morte eminente e próxima. Nada nem ninguém o podia salvar da dor que ele estava a sentir previamente nem da dor que ele ia sentir depois. Nada nem ninguém o podia salvar!
Sentia todos os olhares postos no nosso sofrimento mútuo. Sabia que todos estavam a sofrer, não tal como o Jacob, pois o sofrimento dele é muito maior que o nosso todo junto, mas estavam a sofrer tal como eu. Principalmente Edward. Mas não o mostravam. Não tanto como nós. Ali podíamos ser considerados crianças. E como crianças que éramos, não sofríamos em silêncio tal como eles, mas sim, escorriam lágrimas pelos nossos rostos, tremíamos e soluçamos audivelmente e visivelmente. Não queríamos saber. As crianças são irresponsáveis e não medem as consequências dos seus actos, como por exemplo, preocupar e entristecer os outros. Não queríamos saber.
           Naquele momento queria-me dividir em dois, para consular ambos. O meu melhor amigo e o amor da minha vida estavam a sofrer, e eu não podia consular nenhum deles porque eu própria também precisava de consolo. O que eu podia fazer era sofrer com eles, para eles não sofrerem sozinhos, nada mais. Era tudo o que eu podia fazer. Mas não era o suficiente, pois não?

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