sábado, 3 de setembro de 2011

Capítulo 8 “Sem Solução”



A alcateia voltou novamente para La Push, excepto Jacob, que regressou à forma humana, e dirigiu-se à casa grande juntamente com o resto dos Cullens.
Estávamos todos apáticos, ninguém tinha dito uma palavra desde que os três membros dos Volturi se foram embora. Até Jacob só tinha aberto a boca para me pedir que lhe passasse a Renesmee para os seus braços novamente. Passei-lha e abracei-me a Edward. Normalmente, a Renesmee já estaria a pedir explicações sobre o que aconteceu, mas acho que ela percebeu o essencial: Ela e o Jacob não podem estar juntos.
Carlisle estava muito sério, de braços cruzados sobre o peito, e com uma mão por baixo do queixo, pensativo. Esme tinha a sua delicada mão pousada no seu ombro, mas fitava Jacob e Renesmee, preocupada. Alice estava sentada ao fundo das escadas, olhando para o vazio, com os cotovelos apoiados nos joelhos e a cabeça entre as mãos. Jasper estava bastante próximo dela, não estava sentado, mas estava encostado à parede junto às escadas. Era estranho o facto de toda a gente estar nervosa e inquieta e Jasper não nos tentar sequer acalmar. Talvez se devesse a ele próprio estar também nervoso. Emmett e Rosalie trocavam olhares de vez em quando. Nunca os tinha visto assim. Emmett, que mantinha sempre o espírito positivo, estava com uma cara carrancuda e de desagrado, e Rosalie, que se esforçava para manter-se sempre superior e indiferente, estava agora abatida. Eu e Edward estávamos ambos agarrados à cintura um do outro, eu com a minha cabeça no seu peito, e ele com o seu queixo apoiado no topo da minha cabeça. Estava virada para a sala, onde se encontrava toda a família, por isso conseguia vê-los. Já Jacob estava atrás de nós com Renesmee, o que não me permitia vê-los, mas de certeza que a sua expressão estava dura e impenetrável. Também não conseguia ver a expressão de Edward, mas devia estar séria, concentrada e imperturbável. Já a minha era uma mistura de todas as emoções ali presentes!
Estivemos nestas posições a noite quase toda, excepto quando Renesmee começou a bocejar e disse que estava com sono. Deu um beijo ao Jacob, outro ao Edward, e despediu-se dos restantes com um até amanhã, ao qual não obteve respostas. Eu desembaracei-me dos braços do meu marido e fui com ela adormecê-la. Hoje não iria dormir na nossa casinha, não a queria deixar sozinha, já que nós iríamos ficar na casa grande.
Dirigimo-nos para o antigo quarto de Edward. Vesti-lhe um pijama e enrosquei-a nos cobertores. Deitei-me ao lado dela até ela adormecer. Não tínhamos trocado uma palavra. Quando achei que ela já estava com a respiração bastante pesada, levantei-me suavemente e dei-lhe um suave mas demorado beijo na testa. Será que ela nunca poderá viver em paz? Será que ela não poderá fazer as suas próprias escolhas e decisões? Será que ela nasceu para sofrer? Será que nunca poderá ser feliz ao lado de quem ela quiser? Agora perguntava-me uma coisa que nunca antes sequer me permiti em pensar: Será que fizemos o mais correcto e o melhor para ela, deixando-a crescer e ganhar forças dentro de mim? Será que Edward teve razão ao inicio? Que era melhor tirá-la de dentro de mim? Sinceramente não sei. Mas ele tinha-se enganado no motivo que o levara a dizer aquilo: a minha vida e a minha segurança. Não me importava com a minha vida, muito menos com a minha segurança, e por isso não me convenceu. Mas não era a minha vida e segurança que estavam em risco, mas sim as da minha filha. Se ele me tivesse dito isso, aí talvez me conseguisse convencer. Mas agora é tarde de mais para me lamentar com o que devia ou não ter feito. Tinha que me concentrar em encontrar uma solução para a salvar! Só isso importava!
- Mamã! – Renesmee interrompeu os meus pensamentos. Olhei para ela. Estava com muito sono, conseguia ver isso. Mas esforçava-se para manter os olhos abertos a todo custo.
- Diz querida. – Passei-lhe a mão pelo rosto.
- Aqueles senhores são maus? – perguntou com um bocejo. Apoiou-se sobre os cotovelos, ficando mais próxima de mim.
- Não, querida. Não são maus. – esclareci. Ao fim e ao cabo os Volturi não são “maus”. Só cumprem o seu dever: manter a ordem e a paz no mundo vampírico. Mas às vezes exageram, e não abrem a mente a novas realidades, o que faz deles bastante casmurros.
- Então, porque é que não deixam o Jake e eu sermos amigos? – estava a fazer beicinho.
         - Porque… - como é que eu ia explicar a uma menina de seis meses, que aparenta dois anos e que tem uma mentalidade de seis anos, que o seu melhor amigo, que é um lobo, também é, por acaso, o seu inimigo natural, e por consequência não podem estar juntos porque um dia mais tarde se irão apaixonar irremediavelmente um pelo outro, coisa que os senhores não “maus” não permitem. Pois! É um pouco complicado. – Não te preocupes com isso, – fiz uma pausa para engolir em seco. – Nessie. – chamei-lhe aquele nome odioso que ela tanto gostava. Logo sorriu. - A mamã, o papá, os tios, os avós e o Jake vão resolver tudo, está bem? – estava com pouca convicção. Mas fosse como fosse tínhamos que decidir alguma coisa, certo? Espero que a decisão não seja muito difícil… - Agora são horas da meia-humanazinha dormir. – Deitei-a e aconcheguei-a de novo. Dei-lhe outro beijo na testa. – Dorme bem. Até amanhã! – apaguei a luz e saí do quarto antes que ela fizesse outra pergunta à qual eu não saberia como explicar.

A fic está a ficar um bocadinho mais intensa... E vai continuar assim por uns capítulos... Espero que estejam a gostar. Comentem!!!

XOXO, Black Roses

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